sábado, 30 de julho de 2011

Romeu e Julieta de Franco Zeffirelli - parte 1


Mais um pouquinho de Romeu e Julieta no cinema


Bem, eu já falei da primeira das 3 mais famosas versões de Romeu e Julieta no post passado, então agora vamos falar sobre uma versão que eu assisti, e portanto, posso falar mais e melhor sobre ela, né?

A versão de Romeu e Julieta é de babar de tão bem feita. Aliás, tinha que ser, né? Afinal, Franco Zeffirelli é um dos mais importantes cineastas da historia, e o titulo é super merecido, pois o cara fez um filme mais lindo que o outro!

Nessa versão, os atores que interpretaram Romeu e Julieta, ao contrario da versão de 1936, eram realmente adolescentes! Leonard Whiting tinha 17 anos, e Olivia Russey tinha 15, apenas 1 ano mais velhos que seus respectivos personagens. A empatia do casal foi tanta que eles chegaram a namorar durante as filmagens.

Zeffirelli disse que escolheu atores adolescentes e pouco experientes pra que pudesse captar a essencia da idade do casal da historia e dar mais veracidade ao filme, e realmente ele conseguiu, porque Julieta não poderia ser mais meiga e doce do que Olivia Russey fez com que ela fosse, e Romeu não poderia ser mais romantico e impulsivo do que Leonard o fez ser.

O filme usa fielmente os dialogos de Shakespeare, e tem uma produção fantastica com cenarios e figurinos que retratam perfeitamente o periodo em que se passa a historia, além de dar uma excelente noção de como eram os usos e costumes do século XV. Aliás, eu recomendo esse filme, que não foi atoa que ganhou o oscar de melhor figurino, como uma das melhores referencias cinematograficas sobre a moda gótica-medieval/pré-renascentista para quem curte historia da moda.


Se você ainda não viu, ou já viu e quer ver de novo, dá pra baixar o filme legendado e com excelente qualidade aqui, além de poder ver os screencaps do filme neste outro link aqui !

O figurino desse filme é tão tudo de bom que merece um post à parte pra falar sobre ele, então não perca o proximo post!

;)

domingo, 24 de julho de 2011

Julietas no cinema


Versões cinematograficas de Romeu e Julieta

Romeu e Julieta não é apenas uma das peças mais encenadas do mundo nos palcos mas, sem duvida nenhuma, também é a obra mais filmada de Shakespeare, e uma das mais filmadas de todos os tempos!

Vivien Leigh como Julieta nos palcos

A peça tem sido apresentada desde a época de Shakespeare, ganhando o mundo, tendo desde os maiores astros de suas épocas, até os mais anônimos estudantes em peças de escola, dando vida ao casal de protagonistas. Mas desde que o cinema foi inventado, apaixonados pelo bardo não se cansam de tentar uma nova roupagem à uma das mais classicas historias de amor já escritas.


Ainda na época do cinema mudo, eu tenho registro de 3 produções, a primeira em 1900, a segunda em 1908 dirigida por George Meliès, e a terceira, com a primeira super vamp hollywoodiana Theda Bara, em 1916. Todas essas versões não existem mais, se perderam no tempo, e só sobraram fotos e material de divulgação delas. Mas as 3 mais famosas versões são as de 1936, dirigida por George Cukor, com Norma Shaerer e Leslie Howard; a versão de 1968 de Franco Zeffirelli, com Olivia Russey e Leonard Whiting; e a versão de 1996 de Baz Lurhmann, com Leonardo DiCaprio e Claire Danes.

Acima, à esquerda, Theda Bara e Harry Hilliard na versão de 1916


Norma Shaerer e Leslie Howard em 1936
Leonardo DiCaprio e Claire Danes em 1996
Olivia Russey e Leonard Whiting em 1968

A versão de 1936


O Romeu e Julieta de 1936 consta como um dos 1000 melhores filmes já feitos da lista do New York Times. Protagonizados por Norma Shearer (a Maria Antonieta mais famosa do cinema) e Leslie Howard (o Ashley Wilkes de “...e o vento levou”), é sem duvida alguma, uma versão super bem produzida e interpretada pelos grandes astros da época, mas o curioso é saber que o casal central era velho demais pra interpretar um casal de adolescentes. Howard tinha 43 anos e Norma tinha 34!

Esse filme foi indicado à 4 oscars apesar de não ter sido muito bem aceito pela critica da época.

Alguns itens do figurino dessa versão de 36, perteceram ao acervo de Debbie Reinolds, que colecionava figurinos de grandes produções históricas do cinema hollywoodiano, e foram leiloados há pouquissimo tempo! (Ai ai ai, se eu tivesse dindin, com certeza compraria esse vestido roxo maravilhoso só pra ter no armario, rsrs)

Como eu ainda não vi essa versão, não posso falar muito, né? Mas já da pra babar um pouquinho no figurino que é lindo, como todo figurino feito pra essa peça!




Mas muita calma nessa hora, que ainda vou falar das versões de 68 e 96, e de filminhos inspirados no casal mais romântico de todos os tempos. Não perca!
;)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Romeu e Julieta em tempos de internet




Não sei você, mas eu morro de rir com essas maluquices que o povo faz no facebook, orkut e afins...



Mas então, eu não me esqueci de falar sobre as versões cinematograficas de Romeu e Julieta, mas os textos e ilustrações estão tomando um pouco mais de tempo do que eu imaginava... Mas calma, que sai!

;)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Romeu e Julieta: versão resumida


Ilustração de Kyle Tezak


ilustração de Tom Gauld




Só pra descontrair ;)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Embaixo da sacada de Julieta



Na bela Verona...

WOW, no post anterior eu me acabei de falar sobre o livro "Julieta" da Anne Fortier, né? Então, neste, vou falar do filme Cartas para Julieta, que apesar de ter sido baseado no livro de mesmo nome, tem pouco a ver com o livro em si.

Cartas para Julieta

Ler "Julieta" me deu uma vontade louca de rever os filmes "Romeu e Julieta" que eu tinha gravado nas minhas pré-historicas fitas cassete que nem existem mais, a magistral versão de 68 de Franco Zefirelli, a de 96 com Leonardo DiCaprio de Claire Danes, e porque não, Shakespeare Apaixonado! 3 dos meus filmes favoritos, e foi então que eu descobri o filme "Cartas para Julieta", inspirado no romance homônimo de Lise Friedman e Ceil Friedman, com a fofíssima Amanda Seyfried como atriz principal.




Apesar do nome e do filme ter esse ar todo nostálgico e romântico, ele não se passa na Idade Media, mas no presente, e conta a historia de uma americana, Sophie, que vai visitar Verona com o noivo (que só pensa no restaurante que está abrindo), e descobre um habito curioso: mulheres do mundo todo escrevem cartas de amor e as colocam no muro debaixo da sacada da "Casa da Giulietta" Julieta lhe pedindo conselhos amorosos, e que, mais incrível ainda, todas as cartas são respondidas há mais de 70 anos pelas “Secretarias de Julieta”. Sophie então resolve ajudar as secretarias a responderem algumas cartas, e descobre uma carta perdida num vão do muro com 50 anos de idade.

A carta é de Claire, uma moça de então 15 anos que deixa seu grande amor por medo da reação dos pais, e se diz arrependida, mas não sabe o que fazer. Sophie, comovida, resolve responder a carta, mesmo sem saber se a moça irá recebe-la, e alguns dias depois é surpreendida com a noticia de que a moça, agora com 65 anos, não só recebeu, como também voltou à Verona acompanhada de seu neto Charlie, para tentar reencontrar este amor de 50 anos atrás, inspirada pela carta de Sophie.



Apartir daí a historia se desenrola através da busca de Claire por seu “Romeu”, que na verdade se chama Lorenzo Bartolini (uma homenagem ao Frei Lourenço da historia original?) através da cidade de Siena, aonde ele morava no passado. E nem preciso falar que a fotografia do filme é de babar! Tanto as cenas das cidades quanto dos campos e fazendas da região da Toscana são simplesmente maravilhosas!

Um comentario à parte é o visual que Sophie usa no desfecho do filme. Cheio de simbolismo, ela usa um penteado totalmente "juliético", meio preso, com uma trança linda finalizando o penteado na parte de trás. E o vestido verde também é de inspiração medieval, com a cintura alta e o decote em "V" muito caracteristico dos seculos XIII e XIV, aonde o romance Romeu e Julieta se passa. Até nisso, o filme acerta em cheio, afinal, o que seria da cena da sacada sem uma Julieta, mesmo que estilizada, para fechar o fime em grande estilo?


Eu aproveitei pra folhear o livro na ultima vez em que estive numa livraria e com certeza é um desses que temos que comprar pra guardar. Todo ilustrado e com um acabamento impecavel, o livro não é um romance, mas uma espécie de album de recortes divertido que mostra diversas cartas deixadas debaixo da sacada da Julieta, algumas de gente famosa que visitou Verona e resolveu participar desse clima romantico que a cidade tem, mas a grande maioria é de anônimos apaixonados pedindo conselhos para a mais famosa enamorada do mundo. E é claro que aproveita pra contar um pouco da história por trás da história de Romeu e Julieta além de diversas curiosidades.



Uma das cartas mais engraçadas que consegui ler do pouco que vi do livro é essa de uma menina suiça, chamada Cari:

“Querida Julieta, moro no terceiro andar de um prédio. Meus pais não permitem que meu namorado venha à minha casa. Então vou ser obrigada a ajudá-lo a entrar escondido. Mas é muito difícil. Pode me dizer como Romeu a visitava? Explique-me qual a técnica usada por ele para subir até seu quarto!
Obrigada, beijos.”
Cari V., Lausanne, Suiça.

Eu ainda não li o livro, e mesmo sabendo que o enredo do filme é totalmente diferente do livro, já tenho certeza que vou amar pois realmente amei a ideia de falar sobre as cartas respondidas pelas Secretarias da Julieta. O filme, aliás, está pra estrear no Telecine, agora, no começo de julho, uma boa dica pra quem tem TV a cabo e não está afim de gastar com locadora.

Estátua da Julieta no pátio da Casa de Giulietta em Verona

No proximo post, falarei sobre as versões cinematograficas da mais tragica historia de amor que já existiu ;)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Namorando Romeu e Julieta


Em busca dos Olhos de Julieta
Quem nunca ouviu falar da mais trágica historia de amor que já existiu, a de Julieta e de seu Romeu? Acho que mesmo que se não conheça bem, todo mundo sabe da historia dos jovens apaixonados que morreram por amor!

Eu ando numa fase muito "Romeu e Julieta" nas últimas semanas. Tudo por causa do romance "Julieta" da Anne Fortier, que despertou novamente em mim todo esse fascinio que sempre tive por essa historia.

Tudo começou no dia dos namorados, quando meu marididinho super fofo me levou numa das minha mega bookstores favoritas pra escolher um livro de presente, e eu, como sempre, fiquei entre diversos das minha listinha dos que mais quero. Já estava escolhendo um deles quando dei de cara com o livro Julieta, com uma capa maravilhosa e um teaser que me fez ler toda a nota da autora no final do livro pra saber se eu realmente gostaria de ler, e foi paixão à primeira vista, ou seria melhor à primeira lida?



Mas para eu explicar o porque de ter amado tanto o livro, é preciso relembrar a lendaria história de Romeu e Julieta.

Romeu e Julieta

A historia é a seguinte: Duas famílias rivais, os Montequio e os Capuleto, vivem em guerra uma com a outra, e sempre rola um barraquinho básico quando se encontram. Romeu, o filho dos Montequio é tipo um playboy que vive aprontando pela bela Verona na compania de seus amigos e primos, e secretamente sofre pelo amor não correspondido de Rosalina, que quer virar freira. Romeu resolve entrar disfarçado na festa dos Capuletos justamente pra tentar se encontrar com Rosalina, mas acaba encontrando Julieta e os dois se apaixonam à primeira vista sem saber quem são.

Após o choque de saber que sua amada é da familia inimiga, Romeu então vai até a sacada de Julieta lhe jurar amor eterno, e sabendo que seu amor nunca seria aceito pelos seus pais, resolvem se casar em segredo. Mas... Sempre tem um mas pra atrapalhar, né?... Mas... Após o casamento, Romeu se encontra com Tebaldo, primo de Julieta, e mesmo fazendo de tudo, não consegue fugir da briga. O resultado é a morte de Mercutio, o melhor amigo de Romeu, que se põe entre os dois rapazes pra tentar evitar que Romeu seja ferido. Mercutio morre após rogar uma praga daquelas pras duas familias. Romeu fica cego de raiva e acaba matando Tebaldo, e por isso acaba exilado.

Como ninguém sabia do casamento secreto, os pais de Julieta resolvem que ela vai se casar com o belo e rico Páris, e não lhe dão alternativa a não ser se casar com ele, mesmo contra a sua vontade (naquela época mulhrer não opinava nada, nem mesmo quando o assunto era com quem ela deveria dormir pro resto da vida). Desesperada, Julieta procura o padre que os casou, o Frei Lourenço, e ele lhe dá uma poção que a fará dormir e parecer morta, para ela poder esperar pelo resgate de Romeu no mausoléu da família, assim os dois fugiriam juntos e poderiam viver felizes para sempre. Mas... Olha o mas aí de novo... Mas, Romeu não recebe a carta enviada por Frei Lourenço, e desesperado, ao saber da morte de Julieta, volta pra Verona, invade o mausoléu dos Capuletos e toma veneno diante do corpo de sua amada. Quando Julieta acorda, Romeu já está morto, então ela não vê outra alternativa a não ser se unir à ele na morte, e se apunhala com o próprio punhal de Romeu.

Essa é a versão que todos conhecem, a versão que foi imortalizada por Shakespeare, mas o que a maioria das pessoas nunca ouviu falar é que essa historia já havia sido contada por outros bardos por pelo menos 200 anos antes da versão shakespeareana, e é apartir dessas versões que a história do livro "Julieta" é construida, e pra melhorar ainda mais, o livro traz uma pesquisa histórica apurada, e não se apega aos clichês, como traduzir os nomes italianos, Romeo e Giulietta, para o inglês/portugues, Romeu e Julieta.

Romeo e Giulietta

Eu já tinha ouvido falar que a lenda havia sido baseada em uma historia real, acontecida um século ou mais antes de Shakespeare escrever a peça, sabia que existia a sacada de Julieta em Verona, aonde as pessoas vão visitar e tirar fotos até hoje, um dos mais importantes pontos turísticos da cidade. Mas não sabia que a lenda já havia sido contada antes e adaptada por Shakespeare.

A primeira dessas versões surpreendentemente não se passa em Verona, mas em Siena, lugar aonde o romance do livro Julieta é ambientado. E segundo o escritor dessa primeira versão, de 1476, Masuccio Salernitano, alegava que ela tinha sido baseada em fatos reais. Nessa primeira versão os protagonistas não se chamavam Romeu e Julieta, mas sim, Mariotto e Giannozza, e o enredo era ligeiramente diferente. Salernitano conta a historia de dois jovens que não eram de familias rivais, mas que se casam em segredo, e as coisas começam a dar errado quando Mariotto mata um ilustre cidadão da cidade e por isso precisa viver no exílio. Os pais de Giannozza, sem saber que ela se casou com Mariotto, exigem que ela se case com outro homem. Desesperada, ela toma um sonífero super mega blaster forte pra se fazer passar por morta e poder então fugir pra encontrar Mariotto. Mariotto, sabendo da morte dela, volta correndo pra Siena, aonde é preso e decaptado por seu crime, e Giannozza passa o resto da vida num convento. o.O

Algumas décadas depois, em 1530, Luigi Da Porto retoma a historia fazendo algumas modificações, a principal é a mudança de Siena pra Verona, e o nome dos protagonistas, que passam a ser Romeo e Giulietta, mas mudando os sobrenomes originais das prováveis famílias envolvidas na historia, para o que conhecemos hoje como os Montequio e os Capuleto. É nessa versão que surge o baile de mascaras aonde o casal se encontra pela primeira vez, e a famosa cena da sacada, além do duplo suicídio. Mas nessa versão, Giulietta não se mata com o punhal de seu amado, mas prendendo a respiração até a morte (então tá, né? o.O). Um outro escritor, chamado Matteo Bandello, em 1554, introduziu vários diálogos melodramáticos à versão de Da Porto, mas sem alterar a essencia da historia. Até então, todas as versões eram italianas, mas começaram a surgir outras versões contadas por estrangeiros, franceses e ingleses, até ser indiscutivelmente imortalizada em 1597 por William Shakespeare.


Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti


Anne Fortier pega todas essas versões e monta a possível historia que teria dado inicio à lenda.
Na versão de Fortier, não seriam duas, mas três famílias envolvidas, os Capuleto na verdade seriam os Tolomei, e os Montequio seriam os Salimbeni, mas Romeo seria de uma terceira família chamada Marescotti. Essas três famílias existiam na idade media e eram realmente muito poderosas, e as rixas entre os Tolomeis e os Salimbenis também era real. Na Idade Media, Siena foi palco das mais sangrentas brigas entre clãs rivais.

Nesta versão, (atenção, se você não gosta de spoiler, sugiro pular os próximos parágrafos, e esperar o proximo post que vai falar de Cartas para Julieta) Romeo Marescotti salva Frei Lourenço (que esconde Giulietta Tolomei num caixão) de um assalto na estrada. Romeo escolta o padre até dentro da cidade de Siena, lenvando-os ao ateliê de Maestro Ambrogio (o famoso pintor gótico Ambrogio Lorenzetti) e ao abrir o caixão, vê a linda jovem morta. Mesmo acreditando que ela está morta, ele se apaixona por ela, toma um porre e volta pro ateliê pra choramingar a injustiça divina ao ceifar a vida de uma moça tão linda, e é então que ele descobre que ela está viva, e para vê-la entra no Palazzo Tolomei disfarçado, tal qual a maioria das versões. Os dois se apaixonam e decidem se casar, mas Giulietta é dada em casamento pra selar um acordo de paz com o poderoso patriarca da família Salimbeni, e apartir daí a historia não muda tanto assim da lenda: Romeo é exilado, mas volta pra resgatar sua amada, que achando que ele morreu se suicida, e ele acaba assassinado sobre o corpo dela.
No livro, o pintor Ambrogio Lorenzetti os imortaliza, simbolicamente, como personagens anonimos do afresco "O Bom Governo", aonde os jovens amantes, são separados após Romeo ser exilado.

A grande sacada do livro é que a protagonista contemporânea também se chama Giulietta Tolomei e é descendente da Giulietta que deu origem à lenda. Essa Giulietta vai à Siena resgatar uma herança lhe deixada por sua mãe, e durante a sua caça ao tesouro, vai descobrindo a historia verdadeira de Romeo e Giulietta do passado, além de constatar que Siena não mudou tanto assim desde a Idade Media, que as famílias rivais ainda são as mesmas, e que existe ainda, um Romeo Marescotti, também descendente do Romeo medieval, que ninguém sabe aonde está. E apesar de eu ter feito um resumo e revelado alguns elementos dos mistérios que compõem a trama, esses dois últimos parágrafos estão longe de revelar (e estragar) as supresas do livro.

Vale ressaltar que os principais personagens do Romeu e Julieta shakespeareano também estão presentes no Romeu e Giulietta de Anne Fortier, como o Frei Lourenço, o primo Teobaldo, e até mesmo Rosalina está na trama. Isso sem mencionar a própria cidade de Siena, acompanhada das citações de Shakespeare que já são personagens à parte.


O legal é que tudo indica que vai rolar um filme do livro. Os direitos já foram comprados, e se tudo seguir conforme o esperado, ano que vem, no maximo em 2013, teremos Julieta nos cinemas. Só espero que escolham atores que se encaixem nos perfis e descrições do livro, porque eu detestaria ver os protagonistas interpretados por atores que não tem nada a ver com os personagens!


O Bom Governo: afresco de Ambrogio Lorenzetti diversas citado no livro

Minha fanart inspirada na Giulietta de Maestro Ambrogio Lorenzetti

Mas só pra finalizar, pra quem gosta de romance, mistério, aventura... Julieta é um prato cheio!

Nos proximos posts vou falar de "Cartas para Julieta" e das versões cinematograficas que imortalizaram a obra de Shakespeare ;)


terça-feira, 5 de julho de 2011

Falando de livros



MEME - O Mundo dos Livros


Apesar desse blog ser voltado mais pra filmes do que pra livros, resolvi dividir com você alguns dos meu livros favoritos, após ver esse meme no “La Sorcière”, e como eu adoro um meme e sou viciada em livros, juntou a fome com a vontade de comer, né? ;)


1 - Existe um livro que você leria e releria várias vezes?
Sim, alguns... Eu amo reler as historias que me cativaram, e tenho uma listinha (meu Top 12) que releio de tempos em tempos. O campeão de leitura é a trilogia “As Memórias de Cleopatra” de Margaret George, li, sem o menor exagero, mais de 1o vezes cada um deles. Seguido de “A Canção de Tróia” de Colleen McCullough (6 vezes), “A Casa da Aguia – Tetralogia dos Ptolomeus” de Duncan Sprott (4 vezes), e “As Crônicas de Arthur” de Bernard Cornwell (3 vezes). Os novos integrantes da ista dos lidos e relidos que deixam vontade de reler de novo assim que acaba o livro são “Labirinto” de Kate Mosse, que estou relendo pela terceira vez, e “Julieta” de Anne Fortier, que li e reli em menos de 10 dias, e que estou me segurando pra não pegar de novo sem dar chance pra outro livro, rsrs...

2 - Existe um livro que você começou a ler, parou, recomeçou, tentou e tentou, mas nunca conseguiu ler até o final?
O Fogo do Céu, de Mary Renaulty. E o pior é que eu não sei o porque de não conseguir terminar o livro, pois eu gosto do tema (a vida de Alexandre o Grande), se passa em um dos meus períodos favoritos que é a época helenística, e eu gostei de como alguns dos meus personagens favoritos são retratados pela autora. Mas chega num dado trecho do livro que eu empaco e acabo largando por outro mais interessante. Eu ainda vou terminar esse livro e ler suas duas seqüência, mas talvez eu ainda não tenha pego o livro quando estivesse no espírito dele.

3 - Se você escolhesse um livro para ler para o resto da sua vida, qual seria ele?
Só um? Que tristeza ter que escolher só um. Eu fico igualmente dividida entre As Memórias de Cleopatra e Julieta, que são livros que eu me apeguei tanto que sofri horrores quando acabaram, tipo, me deixaram órfã de tal jeito que acabei relendo o livro em seguida porque não conseguia me desvincular da historia e dos personagens. Mas se tivesse que escolher um só, eu realmente não saberia qual escolher.



4 - Que livro você gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?
Alguns clássicos como “Razão e Sensibilidade” de Jane Austen e “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde... Tipo, tenho os livros em casa, já olhei diversas vezes pra cada um deles pensando em ler e acabei desistindo sem maiores razões... Talvez ainda não tenha chegado a minha hora de lê-los.

5 - Qual livro que você leu cuja "cena final" você jamais conseguiu esquecer?
Não é bem a cena final, pois tem um epilogo, mas a conclusão de “Julieta” é de arrasar! Me acabo de chorar com o desfecho da historia de Romeo e Giulietta contemporâneos de tão poética e bem escrita que é.

6 - Você tinha o hábito de ler quando criança? Se lia, qual tipo de leitura?
Meu pai me estimulou muito o habito de ler. Durante toda a minha infância eu ganhei muitos livros infantis dos mais variados gêneros, desde historinhas menos conhecidas aos clássicos como Sitio do Pica-Pau Amarelo e contos de fadas no geral. Também lia muito gibi da Mônica. Eu ainda não era adolescente quando comecei a ler alguns clássicos da nossa literatura por conta própria, como A Moreninha, Dom Casmurro e 5 minutos/A Viuvinha.

7 - Qual o livro que você achou chato, mas ainda assim o leu até o final?
O “Elo de Alexandria”, de Steve Berry. Passei o livro todo sofrendo com a leitura, achando tudo óbvio demais, clichê demais, não vendo a hora de acabar logo a leitura pra pegar outra coisa que me agradasse mais. Outro que eu detestei, achei chato, e com liberdades poéticas além do limite toleravel foi "O Incêndio de Tróia", da Marion Zimmer Bradley, a mesma de "As Brumas de Avalon", o que me deu a impressão que ela só sabe escrever sobre Avalon mesmo, rsrs...

8 - Indique alguns dos seus livros favoritos:

Lá vai meu Top 12 então XD

1 - As Memorias de Cleopatra (Margaret George) – Costumo chamar de minha trilogia de cabeceira. Como o próprio nome dos livros já diz, é centrado na vida da mais famosa rainha de todos os tempos, Cleopatra VII, mas ao contrario da maioria dos livros escritos sobre ela até então, aborda uma visão mais humana e baseada na verdadeira historia da rainha (e não nas lendas que cercam seu nome). A historia é narrada como se Cleopatra estivesse escrevendo um diário, contando toda a sua historia desde suas primeiras lembranças até seu ultimo segundo de vida. E eu que gosto pouco de romances narrados em primeira pessoa, me apaixonei pelos livros e já os li tantas vezes que perdi a conta.

2 - Julieta (Anne Fortier) – Minha mais nova aquisição dos favoritos que conseguiu desbancar "A Casa da Aguia" (da Tetralogia dos Ptolomeus) do meu Top 5. O romance que conta a historia que inspirou a lenda de Romeu e Julieta misturada com uma caça ao tesouro e muito misticismo, também é narrado em primeira pessoa e se passa em duas épocas: 1340, o período em que a historia real de Romeu e Julieta aconteceu, e os dias atuais, quando uma descendente de Julieta inicia uma busca pelo passado de sua linhagem ao mesmo tempo em que procura por um tesouro deixado por sua mãe. Apesar de o livro não se apegar tanto assim à versão shakespeareana da lenda, é cheio de citações de Shakespeare extremamente românticas sem cair na pieguice. Outro ponto a favor do livro é que ele tem uma excelente pesquisa histórica (fundamental pra mim) muito bem distribuída na trama, trazendo um monte de curiosidades pro leitor. O curioso é que eu escolhi o livro tão despretensiosamente, mas não consegui largá-lo até acabar de tão surpreendente que achei!

3 - A Canção de Tróia (Colleen McCullough) – Outro livro narrado em 1ª pessoa (incrível, agora que me dei conta que os 4 primeiros livros da minha lista de preferidos sejam narrados em 1ª pessoa, rsrs), mas que conta a suposta versão histórica da guerra de Tróia que daria inicio às lendas do Ciclo Troiano. Sem deuses e passes de mágica, a historia narrada é tão real que é difícil não acreditar que tenha acontecido exatamente dessa maneira. O ponto forte do livro é que cada capitulo é narrado por um personagem diferente, mostrando várias visões da historia por ângulos diferentes que fazem com que o leitor esteja presente e se sinta testemunha ocular em todos os acontecimentos do livro, coisa que não aconteceria se fosse narrado por apenas um personagem.

4 - As Crônicas de Arthur (Bernard Cornwell) – Narrado por Derfel Cadarn (o São Derfel), conta toda a historia que envolve as lendas do ciclo arturiano, dando uma roupagem mais realista à varios personagens. Assim como "A Canção de Troia", As Crônicas também seguem a linha de “a historia que deu origem à lenda”, muito bem ambientada num período de transição da Bretanha entre paganismo e cristianismo, se desvinculando aos poucos da influencia romana e se preparando para as invasões anglo-saxônicas que ajudaria a formar a identidade do povo inglês de hoje. Fantastico!

5 - Labirinto (Kate Mosse) – Esse não é narrado em 1ª pessoa, mas nem precisaria, pois é tão bem ambientado entre as duas épocas que acontece, que não tem como o leitor não se sentir “em casa” lendo a trama. A trama também segue a linha de caça ao tesouro, misticismo e importantes períodos históricos. Conta a saga de duas mulheres, Alaïs Pelletier, uma curandeira de 1209 que se envolve numa trama pra proteger um grande segredo, e Alice Tanner, uma jovem estudante em férias que acaba descobrindo sua conexão com os acontecimentos de 1209 e da própria Alaïs. Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi abordar uma fase da inquisição que perseguiu os próprios cristãos, os cátaros, um momento histórico que pouquíssimas pessoas conhecem!

6 - Tetralogia dos Ptolomeu (Duncan Sprott) – Ah, esse é uma das tetralogias mais atrevidas e surpreendentes que eu já li. O primeiro volume, “A Casa da Águia” é narrado pelo deus Thot, e conta toda a saga de Ptolomeu I e seus descendentes, passando por boa parte da historia de Alexandre o Grande, e explorando a criação dos reinos helenísticos que comandariam todo o Mediterrâneo pelos 300 anos seguintes. O segundo volume, “A Filha do Crocodilo”, é narrado pela deusa Seshat, e narra a historia das 3 gerações seguintes à do primeiro livro. A tetralogia não se intimida com os escândalos e crimes ediondos dessa dinastia, mas é escrita de maneira tão inusitada que não chega a chocar o leitor. Ainda faltam os dois últimos livros que não foram lançados sequer nos USA, quanto mais aqui, mas que falarão das Cleopatras da dinastia, até chegar na mais famosa delas, Cleopatra VII. Mal posso esperar pra poder ler as duas continuações!

7 - Helena de Troia (Margaret George) – Seguindo a formula de narrativa em 1ª pessoa, esse livro conta a versão da guerra de Tróia pelos olhos de Helena. Essa Helena é bem diferente da princesa egoísta da "Canção de Troia", ela é um joguete nas mãos do pai e do marido, sempre servindo de pivô para as desgraças dos lugares por onde passa. O que mais me chamou a atenção é que esse livro não termina com a queda de Tróia, como a maioria dos livros que falam das lendas, mas conta toda a sua trajetória de vida! Essa Helena é tão humana e cativante quanto a Cleopatra também descrita pela autora. Aliás, Margaret George é especialista em humanizar mulheres mal interpretadas e tida como as grandes vilãs da historia.

8 - As Mulheres de Cesar (Colleen McCullough) – Único volume da série “Os Senhores de Roma” que é centrado na vida feminina, ele mostra um retrato fascinante da mulher romana do século I a.C. Mulheres que conhecemos apenas como a filha ou esposa de alguém se mostram inteligentes, impetuosas e cheia de influencia na vida de seus homens, os grandes senhores de Roma. Eu ainda estou tentando comprar os outros livros da série, mas são difíceis de serem encontrados, além de muito caros. Mas eu ei de consegui-los todos!

9 – A Busca do Graal (Bernard Cornwell) – Ambientada na Inglaterra e na França da guerra dos 100 anos, conta a historia de um jovem através dos momentos mais importantes do século XIV. Ele se junta ao exercito ingles enquanto busca um tesouro familiar, que por acaso, também são as maiores reliquias da cristandade, e que ele sequer desconfiava ter alguma relação. Claro que ele tem a inquisição na sua cola durante grande parte da trama.

10 – As Cruzadas (Jan Guilou) – Ambientada não apenas nas Cruzadas, mas no período de unificação da Suécia, conta a saga dos pais de um personagem mítico, que devido à intrigas e mal entendidos são condenados a passar 20 anos longe um do outro pagando por seus pecados. Enquanto a rivalidade entre clãs assola a Suécia, Arn, o herói da historia, vai à Jerusalém, aonde convive com importantes personagens históricos como Ricardo Coração de Leão, Saladino, Baldwin, e Balian de Ebelin.

11 – As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley) – Acho que não há um bom viciado em livros que não conheça a trama de As Brumas de Avalon, que desmistificou Morgana como a bruxa má das lendas arturianas. Apesar das modificações que a autora adora fazer abusando da liberdade poética, essa saga é fascinante do começo ao fim! A historia é narrada pelo ponto de vista feminino, ao meu ver, o ponto mais forte do livro já que as mulheres são pouco exploradas nas lendas arturianas e nos romances de cavalaria.

12 – Alexandros (Valerio Massimo Manfredi) – Trilogia que conta a saga de Alexandre o Grande, os atritos com os pais, a lealdade dos amigos, e a megalomania que não tinha freio de um dos homens mais fascinantes da historia mundial, além dos vários personagens historicos conhecidos e não tão conhecidos assim que aparecem nos livros, como o pintor Apeles por exemplo, que eu jamais imaginaria que pudesse aparecer em um romance que narra a vida de Alexandre, mesmo que ele tivesse realmente conhecido o rei macedônico.

9 - Qual livro você está lendo no momento?
Estou relendo Labirinto, de Kate Mosse, e louca pra ler Cartas para Julieta, mas ainda não comprei o segundo.


10- Indique outros blogues e blogueiros para participar desse desafio:
Além do próprio “La Sorcière” daonde tirei o post, indico o Camelot or What? do meu amigo Wally, e alguns blogs literários que adoro como o Open Page, o Entre Páginas, O Cantinho da Bookaholic e Bookaholic Fairy . E é claro que se você quiser fazer seu meme e me mostrar, eu vou adorar, basta coloca-lo nos comentarios desse post ou deixar o link ;)